Os edifícios são seres arrogantes, notoriamente. É aquela história de quererem experimentar o céu antes dos outros.
Agora, como é confuso pensar que essa disputa maldosa no fundo mesmo é benéfica.
Como é prazeroso dar uma espiadela na fresta do estacionamento do shopping e encontrar os terraços iluminados; onde as casas e os outros seres mais terrenos não conseguem alcançar.
Não apenas alguns, numa competição de natação, de oito atletas, mas uma maratona. Nela, o que impressiona não é a individualidade de cada concorrente, imperceptível, e sim a grandiosidade formada por pontos minúsculos, pixels, do pelotão. E por que não iluminado como a corrida dos edifícios? Bem como mostram as transmissões televisivas das largadas de São Silvestre: todos os pixels querendo receber a força do imã do pódio com mais intensidade, para sentirem-se mais altos, arrogantes.
No entanto, esboçam o calor da vitória para o telespectador , o qual também começa a representá-lo (a menos que seja um queniano!).
Esta é a minha sensação da espiadela da disputa arrogante e formidável em uma metrópole: o calor de uma vitória.
Obs: não há trocadilhos com os comentários do giordano, sobre o calor e a vitória, até pq isso foi criado há bem mais de um mês, ok?
