Onde foi que eu deixei meu rascunho? Quem eu pretendia citar no início do texto, mesmo? Ahh, lembrei!
Sigmund Freud. Salvador Dali. Machado de Assis.
Intelectuais, renomados e conhecidos cada qual em seu respectivo campo deram grandes contribuições para o mundo com suas obras. Embora cada um em sua área de atuação, todos esses abordaram, em alguma oportunidade, um mesmo tema. A influência do tempo sobre a memória.
Seguindo exemplo de Machado de Assis em “Memórias póstumas de Brás Cubas”, onde o autor realista inicia descrevendo a morte ao invés do nascimento do narrador, discorrerei acerca de tais figuras numa ordem inversa a apresentada no segundo parágrafo.
Portanto, mãos a massa. Em seus variados livros e contos, Machado de Assis, o mais famoso autor realista brasileiro, tematiza a influência do tempo sobre a memória ao apresentar narradores manipuladores, os quais graças à ação do tempo têm suas lembranças comprometidas pondo em xeque, dessa maneira, a veracidade dos fatos apresentados. Partindo de um exemplo prático vemos que Machado lança mão de um fermento manipulado que ao estar junto da massa pode dar uma nova forma ao pão.
Já Salvador Dali (e não o daqui; desculpem não agüentei), o conhecidíssimo (que o diga José Dias) pintor surrealista, evoca o referido tema em seu quadro “A Persistência da Memória”, uma vez que tal tela apresenta a imagem de relógios flácidos, os quais objetivam representar idéia da preocupação humana com o tempo e com a memória.
Finalmente, Freud, o pai da psicanálise, analisa a relação entre as lembranças e a temporalidade de um modo que a memória é um depósito não só de uma história passada, mas também de um presente recém formado. Ou seja, pessoas que não conseguem vincular a memória ao tempo perdem não só as relações entre causa e conseqüência, mas também uma noção de continuidade.
Agora, depois de apresentar todas essas idéias, eu te pergunto, leitor. Será que, amanhã, se lembrará do que acaba de ler?
sábado, 30 de maio de 2009
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