quinta-feira, 16 de julho de 2009

NA RODA DA PRAÇA ELETRÔNICA - Pergunto a você: LimeWire é crime?


Agora abaixou a poeira: de Lobão fazendo zona naquele MTV debate; de Gilberto Gil com seu CD "prafrentex", o Banda Larga Cordel (http://vagalume.uol.com.br/gilberto-gil/discografia/banda-larga-cordel.html); da explosão da querida (hauhauahua) Mallu Magalhães, que ganhou projeção nacional antes mesmo de produzir um Compact Disc; e de outras eloquências mais.
Poeira abaixada, vamos ao que imperou:

Por que um curioso pagaria ingresso para apreciar música se ele pode observar a apresentação na roda da praça sem pagar por isso? Poderia ir contra a corrente só para exercitar (Viva Cazuza!) e valorizar a apresentação, talvez. Mas não seria regra e, convenhamos, o artista não poderia depender financeiramente da exceção.

A ruptura na indústria fonográfica está aí. Partiu do mercado e obriga a adaptação do produtor. Adaptação que, apesar de causar insegurança quanto à remuneração, é saudável.

Liberdade! As gravadoras dos contratos muitas vezes abusivos já não são mais tão necessárias: deram lugar ao campo livre da Internet. O artista publica o que lhe é interessante artisticamente. Isso é maravilhoso! Imprime sua personalidade e torna-se mais responsável sobre seu trabalho.

Tal responsabilidade exige agora garantir-se, fazendo seu próprio marketing, o qual cabia anteriormente às gravadoras. O artista com sua arte é um empreendedor, que colhe as repercussões da sua voz e imagem, esgotando-se em shows. A pessoa que, na Lapa, em “Sampa” ou em “London”, apreciou o produto, precisa, mais do que nunca, querer vê-lo e tê-lo ao vivo. Afinal, como manifestou-se Mallu Magalhães, “o artista precisa comprar suas tintas”.

Nessa puberdade mercadológica, ora parecem companhias de teatro sem recursos, ora respiram as imposições do neoliberalismo. Feliz é aquele que consegue manter o tesão que o fez criar sem mecenato!