quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

FÉRIAS E FOTOS COM "F" DE FORMIGA

INTRIGANTE AQUELE RITUAL!
AQUELE ALI, Ó, TÁ VENDO?
PEQUENOS SERES PERNÓSTICOS - OU SIMPLESMENTE PERNUDOS -
EM FILA
CARREGANDO BIOMASSA VEGETAL VÁRIAS VEZES MAIS PESADA
QUE SEU PRÓPRIO CORPO.
ISTO MERECE UM REGISTRO!
JÁ PAROU PARA PENSAR SOBRE COMO ELAS, AS FORMIGAS,
POTENCIALMENTE PERMITEM UM VASTO LEQUE DE
METÁFORAS?
SÃO TANTAS AS IMAGENS QUE TEMOS...
COMO ESTAS, DESCRITAS POR PERSONALIDADES DA NOSSA LITERATURA,
OS MAIS APROPRIADOS, CERTAMENTE!
Bilac, por exemplo, dedicou uma poesia infantil inteira a elas, "As formigas", em que explora a ideia das verdadeiras trabalhadoras incessantes que são: um exemplo sociológico. Aqui estão a quinta e a oitava estrofes:
Carrega cada formiga] Aquilo que achou na estrada;
E nenhuma se fatiga] Nenhuma para cansada.
Recorde-vos todo o dia] Das lições da Natureza:
O trabalho e a economia] São as bases da riqueza.
O eu lírico na crônica "Teatro de Bonecos" de Amílcar Bettega Barbosa (prazer, Antonio! hauhauha - não o conhecia) manifesta sua opinião de detestabilidade a respeito delas: " O único incoveniente aqui são as formigas (...), sinto a presença de milhares delas fervilhando nas galerias que se ramificam sob nossos pés em infinitos veios subterrâneos, sou capaz de ouvir o barulho que não fazem (...), o rumor de uma multidão nervosa, insone, viva. Apavora-me a ideia de estar vivendo junto a um formigueiro gigante". Eu, particularmente, sou adepto dessa filosofia, entre outras, porque certa vez tive uma reação alérgica ferrada entre um pé de carambola e um formigueiro desses. Terrível!O mineiro Fernando Sabino descreve, no prólogo "O MENINO E O HOMEM" da fantástica obra autobiográfica "O menino no espelho", a curiosidade do menino perante a mecânica organização formicular: "Desta vez, o que me distraiu a atenção foi uma fila de formigas a caminho do formigueiro, lá perto do bambuzal, e que o rio aberto por mim havia interrompido. As formiguinhas iam até a margem e, atarantadas, ficavam por ali procurando um jeito de atravessar. Encostavam a cabeça umas nas outras, trocando ideias, iam e vinham, sem saber o que fazer. (...) Resolvi colaborar, apelando para os meus conhecimentos de engenharia. Em poucos instantes construí uma ponte com um pedaço de bambu aberto ao meio, e procurei orientar para ela, com um pauzinho, a fila de formigas."
Rubem Alves criou o personagem Brasilino Jardim, em "Sobre rosas, formigas, tamanduás...", que recorre a diversos métodos para estabelecer uma boa relação entre as cortadeiras e seu jardim, já que, conforme suas convicções espirituais, elas são criaturas de Deus como nós: "Brasilino passou a dar aulas às formigas durante a noite, peripatéticamente, no seu jardim. Queria que as formigas aprendessem a gostar gastronomicamente de cenouras e plasticamente de rosas." Dessa forma, a alimentação delas passaria das rosas às cenouras. Mas como era de se imaginar, as aulas de Brasilino não surtiram o efeito desejado.
Vinícius de Moraes também registrou sua visão a respeito, com a poesia/letra de música infantil "A formiga", interpretada por Clara Nunes no disco "A Arca de Noé 2", em que se percebe a miudeza do animal diante das coisas do mundo:
As coisas devem ser bem grandes] Pra formiga pequenina
A rosa, um lindo palácio] E o espinho, uma espada fina
A gota d'água, um manso lago] Um pingo de chuva, o mar
Onde um pauzinho boiando] É navio a navegar
Um bico de pão, o corcovado] O grilo, um rinoceronte
Uns grãos de sal derramados,] Ovelhinhas pelo monte
(Que meigo! hauahuahuah)
**********
QUE FIQUE CLARO: ISSO TUDO É UM GRANDE PRETEXTO PARA UMA
SIMPLES E DIVERTIDA EXPOSIÇÃO DE FOTOGRAFIAS DE FÉRIAS.
TALVEZ SEJA ESSE REGISTRO TODO
FRUTO DE UMA PAVOROSA DESOCUPAÇÃO DA MINHA PARTE
OU UMA PRIMOROSA OCUPAÇÃO PARA
FÉRIAS E FOTOS COM "F" DE FORMIGA.
=D Estou com medo, mas COMENTEM!