sábado, 30 de maio de 2009

Qual era, mesmo, o título?

Onde foi que eu deixei meu rascunho? Quem eu pretendia citar no início do texto, mesmo? Ahh, lembrei!
Sigmund Freud. Salvador Dali. Machado de Assis.
Intelectuais, renomados e conhecidos cada qual em seu respectivo campo deram grandes contribuições para o mundo com suas obras. Embora cada um em sua área de atuação, todos esses abordaram, em alguma oportunidade, um mesmo tema. A influência do tempo sobre a memória.
Seguindo exemplo de Machado de Assis em “Memórias póstumas de Brás Cubas”, onde o autor realista inicia descrevendo a morte ao invés do nascimento do narrador, discorrerei acerca de tais figuras numa ordem inversa a apresentada no segundo parágrafo.
Portanto, mãos a massa. Em seus variados livros e contos, Machado de Assis, o mais famoso autor realista brasileiro, tematiza a influência do tempo sobre a memória ao apresentar narradores manipuladores, os quais graças à ação do tempo têm suas lembranças comprometidas pondo em xeque, dessa maneira, a veracidade dos fatos apresentados. Partindo de um exemplo prático vemos que Machado lança mão de um fermento manipulado que ao estar junto da massa pode dar uma nova forma ao pão.
Já Salvador Dali (e não o daqui; desculpem não agüentei), o conhecidíssimo (que o diga José Dias) pintor surrealista, evoca o referido tema em seu quadro “A Persistência da Memória”, uma vez que tal tela apresenta a imagem de relógios flácidos, os quais objetivam representar idéia da preocupação humana com o tempo e com a memória.
Finalmente, Freud, o pai da psicanálise, analisa a relação entre as lembranças e a temporalidade de um modo que a memória é um depósito não só de uma história passada, mas também de um presente recém formado. Ou seja, pessoas que não conseguem vincular a memória ao tempo perdem não só as relações entre causa e conseqüência, mas também uma noção de continuidade.
Agora, depois de apresentar todas essas idéias, eu te pergunto, leitor. Será que, amanhã, se lembrará do que acaba de ler?

domingo, 24 de maio de 2009

Em um instante cair,em dois se apaixonar.

 Ah, como as horas passam .Todo dia podemos observar-las a sobrevoar nossas cabeças e a cada rasante nos fazer enlouquecer . Cada minuto da vida, cada segundo da morte são significamente bem aproveitados por nós independente da maneira que o fazemos.
Acerca do bando de horarinhas, voa discretamente o tempo sem se preocupar com seu bater de asas . 
O tempo despreocupado e silencioso acaba deixando por onde passa vários vestígios de sua passagem, o instante em que este passa apesar de imperceptível, é denso o bastante para definir nosso destino .
A cada instante  novos destinos são traçados, maneiras diferentes são elaboradas para contar a história.Deixemos então, a filosofia para os filósofos tomemos como base um exemplo típico .Imagine-se  estar a andar distraído e de repente por deixar suas coisas caírem, conhecer alguém, o dito destino acunhado agora de ''vida'' por você . Então isso é se apaixonar ? Por apenas um fato sem nexo algum, sua pupila dilatar, seu batimento cardíaco acelerar, sua mente praticamente ser roubada e desde então não conseguir fazer nada sem ao menos escrever sobre sua ‘’vida’’ para lembrar se de seu sorriso.
Todas as noites deita se pensando que esta de manhã, pois já esteve com ela, e sonhou o dia inteiro.Sempre acorda inalando o amor, exalando o amor, vivendo o amor sem se preocupar se as torradas do café foram queimadas ou se o leite está quente demais.
Observa no caminho para sua rotina, árvores nunca dantes vistas, flores colorindo a calçada e o céu claro,azul , com pequenos cirros a cortar este.Fixa o olhar sobre os ponteiros obcecadamente afim de move-los e apressar seu encontro com a ‘’vida’’, apesar de rápido e insignificante para esta.Para você mais um dia sem precisar dormir , para ela apenas mais um amigo.
Contudo você continua a amando sem saber o porque, sem saber parar, porque apesar de tudo sem ar não da pra viver, e sem a ‘’vida’’ não se pode morrer.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Então – diz o proprietário – Tudo é relativo. É por isso que eu acredito que toda a moral não é absoluta é que certo e errado é algo que o indivíduo deve determinar dentro dos limites da sociedade. Mas não há um certo e errado absoluto.
- É uma perspectiva muito interessante – diz o ladrão. - Eu entrei acreditando que existia um Deus e que existia certo e errado. Mas eu abandonei tudo isso e concordo com você que não existe um certo e errado absoluto e que nós somos livres para fazer o que queremos.
O ladrão deixa a loja e volta à tarde para assaltar. Ele desarma todos os alarmes e travas e está no processo de roubar a loja. Neste momento entra o proprietário por uma porta lateral. O ladrão saca uma arma. O proprietário não pode ver a face do ladrão porque este usa uma máscara de ski.
- Não atire em mim – diz o proprietário. – Por favor, pegue o que quiser e me deixe me paz.
- É exatamente isso que eu pretento fazer. – Diz o ladrão.
- Espere um pouco. Eu conheço você. Você é o homem que estava na loja hoje cedo. Eu reconheço sua voz.
- Isso é muito ruim para você – diz o ladrão. - Porque agora você também sabe como eu sou. E como eu não quero ir para a cadeia eu vou ter que matar você.
- Você não pode fazer isso – diz o proprietário.
- Por que não?
- Porque não é certo. – implora o homem desesperado.
- Mas você não me disse hoje cedo que não há um certo e errado?-
Sim, mas eu tenho uma família, filhos que precisam de mim e uma esposa.
- E daí? Eu tenho certeza que você tem seguro e eles vão faturar um bom dinheiro. Mas como não há certo ou errado não faz diferença se eu mato ou não você. E já que se eu deixá-lo vivo você irá me delatar e eu irei para a prisão. Lamento, mas isso não vai acontecer.
- Mas é um crime contra a sociedade me matar.
-Isso é errado porque a sociedade diz que é. Como você pode ver, eu não reconheço o direito da sociedade impor moralidade sobre mim. Tudo é relativo. Lembra-se?
- Por favor, não atire em mim. Eu lhe imploro. Eu prometo não contar para ninguém como você é. Eu juro!
- Eu não acredito em você e não posso arriscar.
- Mas é verdade! Eu juro que não conto para ninguém.
- Desculpe, mas isso não pode ser verdade, porque não há verdade absoluta, não há certo nem errado, nem erro, lembra-se? Se eu deixar você viver e sair você vai quebrar sua promessa porque isso tudo é relativo. Nâo há chance de confiar em você. Nossa conversa esta manhã convenceu-me que você acredita que tudo é relativo. Por causa disso eu não posso crer que você irá conservar sua palavra. Eu não posso confiar em você.
- Mas é errado me matar. Não está certo!
- Para mim não é nem certo nem errado matar você. Uma vez que a verdade é relativa ao indivíduo, se eu matar você, esta é a minha verdade. E é obviamente verdadeiro que se eu deixá-lo vivo eu irei para a prisão. Lamento, mas você mesmo se matou.-
Não! Por favor, não atire em mim. Eu lhe imploro.
- Implorar não faz diferença.
(Bang!)
(texto de autor desconhecido)


Se o relativismo é verdadeiro, então qual o problema em puxar o gatilho?
Talvez alguém possa dizer que é errado tirar a vida de outra pessoa sem necessidade. Mas porque seria errado se não há um padrão de certo e errado?Outros podem dizer que é um crime contra a sociedade. Mas, e daí? Se o que é verdade para você é simplesmente verdade, então qual é o erro em matar alguém para se proteger depois de roubá-lo? Se o que é verdade para você que para se proteger você deve matar, então quem se importa com o que a sociedade diz? Por que alguém seria obrigado a se conformar com normas sociais? Agir assim é uma decisão pessoal.Embora nem todos os relativistas ajam de maneira não-ética, eu vejo o relativismo como um contribuidor para a anarquia geral. Por quê? Porque é uma justificação para fazer o que você quiser.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

META

O APERTE SAP não pretende valorizar, nem incentivar, nem descrever, nem narrar, nem condenar, nem concretizar, nem abstrair a sacanagem. Talvez mencionar.

Tenha entendido como entendeu, entenda que o meu intuito é falar sobre metalinguagem; sobre comunicar a comunicação.

Eu estou tentando esclarecer esse prefixo "meta", afinal ele é digno do título. Mas eu não vou conseguir. É metafísico demais. Eu vou viajar, você também (Bruno, viaja nessa!). Quer ver?

Procure uma relação entre metamorfose, metonímia, metalinguagem, metafísica, método, metáfora, metástase e metabolismo. Não disse? Sugestões nos comentários.

Serve de aviso aos navegantes que já encontrei no "beija-flor correio" (Bruno copyright) definições do grego como: no meio de, entre; atrás, em seguida, depois; além de; mudanças; e caminho.

O mais maluco é o que o "meta" nos proporciona. Com certeza não é só comigo. Quantas vezes o narrador do filme é o personagem principal narrando, claro, suas impressões de ter vivido a história em questão e você, com sua massa cinzenta dando um nó pra ver se está pronto pra ouvir aquilo, verifica se talvez o cineasta não quisesse que o narrador fosse você mesmo contando sua posição de espectador? Tudo bem, como essa, poucas vezes. No entanto, muitas são as similares, diz aí?

Isso quando o personagem não acorda ao final e tudo se passa de um sonho.

Você gosta disso tudo? Não lhe parece vontade-de-cineasta-de-dar-nó-em-cabeça-de-espectador? Deixo claro que o cineasta é só o laranja, porque é ele quem mais dispõe da tal vontade, embora não seja o único.

Eu sei dizer que... (expressão introdutória de avó para contar novela das seis do dia anterior para tia-avó) ... esse pessoal que pratica metalinguagem é, apesar de tudo, gente boa. Tenha pelo menos paciência para com eles, beleza?